Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Miss Nothing

"I am different ... Equal to the rest of the world."

07
Mar14

Definir um povo com um português.

Hoje fui abordada por um grupo de rapazes. Eu ia passar para ir para o ponto onde a minha mãe me costuma buscar e eles barraram-me o caminho. Um deles meteu conversa com um "Olha, podemos abordar-te?". Eu parei, olhei para eles e pensei nem que seja para dizer olá e seguir; a mãe não tardava a chegar por isso não me ia demorar e se fosse para gozar quem daria baile era eu. Saí-me com um "Bem, já abordaste" e era verdade, não é? Então perguntas a uma pessoa se a podes abordar se isso já é estar a abordá-la? Acho que foi isso que pensaram porque se começaram a rir. Ainda estive a falar com eles um bom bocado em que me falaram deles e fizeram perguntas sobre se era uma estudante dali, em qual das faculdades andava, qual o meu curso e há quanto tempo estava por ali. Pelos vistos também andavam na de letras e deram-me mérito por estar metida onde estou - já toda a gente sabe as dores de cabeça que filosofia dá e o terror que é. Depois de afirmarem que as pessoas da FLUL eram pessoas fixes, e de já os ver a falaram uns com os outros, acabei por perguntar se queriam alguma coisa. Não é a primeira vez que vou na rua e sou abordada por alguém para algum tipo de questionário ou para me informarem de algo ou, claro está, com peditórios na manga. O que me disseram foi que tinham feito uma aposta entre eles e que andavam a escolher pessoas ao acaso para a pôr em prática. Tinham acabado de abordar uma mulher mais velha e tinham ficado bastante tempo a falar, a rir com ela, na boa. Mas, por acaso, a mulher não era portuguesa. "És portuguesa?", esta pergunta foi-me feita por 3 ou 4 deles - eram uns 5 - e eu lá disse que sim. Essa era a base da aposta. Tinham apostado - o tipo de aposta que se faz da boca para fora, nota-se agora - que se abordassem um português eles iriam ser ignorados ou tratados com antipatia e mandados para um sítio que nós sabemos. Mais uma vez um "És portuguesa, não és?"; "Hmhm, sou", "Óptimo, acabaste de nos provar que estávamos errados.". Seguiram caminho com uma despedida amigável, chegando até a desejar-me boa sorte com os "doutores" que me dão aulas. Eu ri-me e fiquei a filosofar sobre o assunto. Definiram o povo português com base na minha atitude para com eles. Ainda que tenha achado piada à abordagem e aos seus objectivos, deu-me vontade de bater com a mão na testa também. Vejamos: o povo português é simpático, sim, mas depende da pessoas e, claro, se a abordagem lhes convém. Esta é a verdade perante o que eu penso. Mais rapidamente encontro pessoas com falta de chá - os jovens de hoje em dia, por exemplo (que nos leva logo para uma grande parte da população) -, do que pessoas que mostram decência nem que seja para um dedo de conversa ou até na dispensa de um serviço porta-a-porta qualquer. As coisas ainda melhoram naquele tipo de pessoas que não ajudam ninguém, falam mal com toda a gente, mas querem respeito para com eles e que se dê braços e pernas para os servir. Enfim. Claro que o português não é o único com problemas do tipo, se mo vierem dizer. Mas eu vivo em Portugal e faço parte deste povo; por isso, falo do meu.

Mais sobre mim

Mensagens

E-mail