Uma coisa que ainda não consegui alterar foi as horas a que acabo por adormecer. Por mais que vá para a cama cedo, só adormeço depois das três da manhã. Ontem, de madrugada, quando fui para a cama foi para aproveitar essa demora em ir para o mundo dos sonhos. Saí do computador com o novo álbum da Lady Gaga no telemóvel e, assim que me deitei, entrei no mundo de Joanne. Aproveitei que me custa a adormecer antes das três para ouvir as músicas com atenção e ver em que patamar a minha opinião se situaria. Iria gostar ou achar que ela já tinha feito melhor? Porque me demorei numa ou outra música, que fiz questão de ouvir mais do que uma vez, acabei por adormecer antes do CD terminar. Hoje de manhã corrigi-me e terminei a jornada a achar este Joanne completamente fantástico e até a concordar com uma crítica que vi hoje cedo de que este era, potencialmente, um dos seus melhores trabalhos, onde a consegui ver com vestígios antigos em algumas músicas.
O que é que se pode encontrar neste Joanne? Um bocado de tudo. Foi a verdadeira surpresa, pois em dado momento acreditei que o álbum iria ser meio virado para as baladas que fazem doer o coração e para a ternura das músicas country. Estava tão enganada. Ela reabriu as portas do meu fascínio com a primeira música do CD. Eu estava na cama e comecei a bater o pé porque o refrão da Diamond Heart é qualquer coisa de espectacular. Fiquei toda contente e confiante de que se o álbum começava com algo tão espectacular, então o que se seguiria também iria ser. Era um bom presságio. A Gaga trabalhou e ofereceu ao público algo que eu não estava à espera: um trabalho diferente, em relação ao que já tinha lançado, e diversificadamente diversificado. O que é que eu quero dizer com esta confusão: que neste Joanne, a Gaga oferece quatorze músicas (versão deluxe) diferentes umas das outras e isto em parâmetros profundos. Num único álbum, a rapariga conseguiu oferecer country, uma espécie rock, uma vertente pseudolatina e muito mais. Adorei que um álbum me fizesse ter em mente tantas coisas ao mesmo tempo: tanto me via a pensar no sossego do campo, como em western, como em energias mexicanas; houve o que me soasse ousado, estilo: soupoderosanãosemetamcomigo; também, o que me fizesse pensar em sonoridades dos anos 70 (talvez); uma ou outra, também, que com uma sonoridade tão alegre só me faziam pensar em arco-íris e em doces. E eu não posso ser a única a achar que a Just Another Day soa IMENSAMENTE IMENSO aos seus primeiros trabalhos como Stefani e não como Gaga: até algo que me remetesse a isso eu encontrei neste álbum. É, então, por toda a mixórdia saborosa de musicalidade que eu adorei super este Joanne.
Ser fan da Gaga, todavia, não faz com que eu diga que este trabalho é perfeito porque houve músicas que não me agradaram tanto quanto outras. Mas o balanço positivo é tão grande que é fácil passar por cima do que não me tocou de forma tão especial quanto a maior parte. Gosto muito da abordagem nada espalhafatosa que está a ser feita para a promoção deste novo projecto, já agora. A Gaga está a mostrar uma nova faceta sem descurar da loucura a que habituou o mundo. Apesar de tudo, não sei se este produto terá tanto sucesso como os seus anteriores. Não porque não presta, mas porque não é definitivamente um álbum feito para as massas, acho. Na minha visão, não é um álbum feito com o intuito de vender e recolher o máximo de lucro possível. São músicas com substância, músicas feitas com o intuito de se partilhar, como já tinha referido. A si e ao amor. Espero, apesar de tudo, que ela recolha os frutos que merece com este Joanne. A homenagem que fez à tia é mesmo bonita e de grande valor. Alguém para me oferecer este CD nos anos? Porque, a sério: preciso.