Aero-Vederci Baby!
Fui ver os Aerosmith na semana passada e...fogo, dá para acreditar que, entretanto, já se passou mais de uma semana? Uma vez que as minhas folgas se dão às quintas e às sextas, a minha única alternativa para ir ao concerto era trocar de folga e foi isso que eu fiz. A troca levou-me a ir para o parque das nações cedo e garantir desde logo o meu lugar na fila para entrar. O tempo de espera não foi longo, o que foi uma surpresa. Estava já em fila por volta das duas horas e quando me apercebi já eram quase cinco. Pouco depois a Smartie apareceu ao pé de mim e mais uns compassos de tempo estávamos prontas a entrar na arena. Ao contrário do que eu pensava, não choveu. Estava um calor dos diabos e o meu único arrependimento foi não ter levado com protector solar.
Os Aerosmith só brindaram o público com a sua presença pro volta das dez da noite, mas antes ainda tivemos a oportunidade de assistir a uma primeira parte: RavenEye: nunca tinha ouvido falar. Os primeiros acordes de abertura levaram-me a duvidar da qualidade do que iria ouvir, no entanto, não foi mau de todo. Foi uma curta primeira parte bastante rockeira, agradável e louca qb. Dei por mim a apreciar sem fazer cara feia e até a abanar a cabeça. Não fiquei deslumbrada ao ponto de ir sair a correr para ir comprar tudo da banda, mas se agora me falarem de RavenEye já sei do que se está a falar e que não é de se deitar fora.
Estava muito entusiasmada quando os Aerosmith pisaram o palco. A energia da banda é inquestionável. Conhecia mal a maior parte das músicas tocadas mas foi fácil acompanhar a explosão que são quando actuam. O Steven tem pilhas duracel acabadas de estrear. O homem é completamente louco e mostrou que ainda dá muito para as curvas. Tem uma energia invejável e a sua voz...caraças: eu pensei que não fosse a mesma, mas confirmo que tem o poder de antigamente. Foi sem dúvida o melhor da noite aliado à oportunidade da banda em si também ter tido a sua oportunidade de brilhar: isso foi para lá de maravilhoso e deu mais essência ao espectáculo. Os Aerosmith são daquele tipo de banda que sobe ao palco para tocar música e apenas isso. A relação com o público foi quase zero mas houve bastante química entre os dois elementos pelo incentivo do Steven em ter o acompanhamento dos fans no que era cantado.
O concerto foi um espectáculo essencialmente musical, com pouco destaque a efeitos visuais (o próprio palco bastante simples). Não foi dos mais estrondosos que eu já assisti, mas nem por isso ficou claro que a banda tem menos qualidade do se julga: pelo contrário. E as músicas? Conhecer poucas faz com que eu não possa opinar sobre o que foi escolhido, e se isso foi inteligente ou não, mas posso mencionar como ficou claro quais as preferidas do público quando de aplausos e gritos a arena foi preenchida por uma voz colectiva que estava a sentir uma I Don't Wanna Miss A Thing e uma Cryin'.Cheguei a chorar um pouco na música do Armageddon e tudo: foi cantada com tanta paixão que os meus olhos, ao varrerem o público, fizeram-me ver não ser a única a sentir o peso daquele tema pelos muitos abraços que presenciei. Foi um dos momentos mais bonitos da noite.
Houve muito sentimento no MeoArena e a satisfação por se ter assistido a um grande concerto foi global. De facto, não apanhei crítica negativa nenhuma. Mas eish que aqui estou eu a tirar o pan e a afirmar que houve sim uma coisa menos boa. O pecados dos pecados: deixaram a Crazy de fora do alinhamento. COMO ASSIM DEIXARAM A CRAZY DE FORA?! Era a que eu estava mais ansiosa por ouvir, a que não podia ficar em falta para mim, e foi a que não viu a luz do dia. Tenho estado a ouvir Aerosmith no carro desde o dia do concerto: as vezes que já ouvi a Crazy ainda não chegaram para compensar a falta da música no concerto, essa é que é essa, humpf.