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Miss Nothing

"I am different ... Equal to the rest of the world."

04
Mar17

Como recuperar o ritmo?

Eu e os livros temos estado de laços cortados. Assim: do Nada. Fiquei tão satisfeita com o último livro que li e depois...depois...fim de cena e caiu o pano. Há muito tempo que eu não me deparava com algo assim. Mesmo que não me sentisse impelida a ler um tipo de livro, facilmente encontrava uma alternativa que fosse do meu agrado e o que o meu espírito realmente pretendia para se sentir satisfeito. Desde dia dezoito que não pego a sério em mais nenhum livro. Li um capítulo de um da Nora, mas não me senti cativada o suficiente para prosseguir. Cheguei a dar uma vista de olhos em ebooks e o resultado foi o mesmo.

Há uns dias falei com a ∞ quinn e fiquei a saber das probabilidades de um livro da Sylvia Day virar filme. Fiquei tão entusiasmada que decidi reler a peça para reavivar a história na minha cabeça. Quinta-feira li o primeiro capítulo, agradou-me, quis continuar...e não fui capaz. Não fui capaz na altura, nem no dia seguinte e eu já me pergunto se o livro não irá regressar ao pouso sem reúso apropriado. Isto é triste. E eu quase me sinto desesperada. Onde pára a minha fome por livros? Porque raio não consigo dar com nenhum que me prenda a atenção e faça com que eu chegue ao seu final? O meu Janeiro começou bem, o meu Fevereiro estava a ir pelo mesmo caminho e entretanto quebrei totalmente o ritmo. Como posso fazer para o recuperar? Porque eu tenho saudades. Tenho saudades de sentir aquela ânsia de me pegar à história que está tão cativante que comer e dormir parece um desperdício de tempo. Também tenho saudades dos lanches em que eu ignorava a televisão e pegava num livro, devorando capítulos enquanto bebia o meu café com leite e às vezes atacava uns biscoitos. Sinto falta de andar com um livro atrás porque é impossível deixá-lo para trás.

Há já demasiados dias que saio sem entretenimento de recurso na minha mala. Ainda na Quinta-feira eu fui à casa dos meus avós. Estavam acompanhados por três dos seus filhos. Sem conversas que me abrangessem, eu senti-me um bocado deslocada e sem saber o que fazer. Levei o telemóvel comigo porque estava à espera de uma mensagem e eu recusei a ideia de vaguear no instagram para fazer tempo porque só olhar para o telemóvel desde que chega até ir embora é o que a minha prima (mais velha que eu) faz e eu não queria ser igual. Entreter-me com o nada que a internet num telefone nos oferece? Claro que o faço. Mas na casa dos meus avós? Com eles mesmo à minha frente? Ter a cara enfiada num aparelho electrónico? Não me parece bem. Também não consigo perceber porque é que a substituição de um telemóvel por um livro faz com a situação não seja muito desrespeitosa aos meus olhos. Será pela afirmação de uma não dependência? Talvez. O que eu sei é que um livro na altura teria ocupado o meu tempo sem que eu precisasse de olhar para as paredes como se nelas estivessem escondidos quadros do Van Gogh.

Estamos no primeiro sábado do mês. Quando terminei de ler o meu último livro, esta quebra de leituras não era o que eu tinha em mente. Por esta altura, eu já deveria ter lido uns quatro livros, já deveria ter arrumado a pequena pilha de livros que me comprometi a ler antes de Fevereiro terminar. Agora, quatro dias depois de Março ter começado, os livros continuam ali, a apanhar pó, a olhar para mim e a perguntar quanto é que chegará a sua vez. Pois...: eu também gostava de o saber.

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