Detalhes que refrescam o mundo.
Tenho a janela do quarto aberta. Já ouvi uma mulher a cantar os parabéns a alguém, oiço um ou outro cão a ladrar (nada muito grave) e, de momento, está uma criança na rua a cantar. Está a cantar uma música de Natal em pleno Verão. Isto parece tão certo. Como estar a chover e um homem encontrar-se na rua a grelhar peixe como se nada fosse, ou a miúda que vi na semana passada: com a mala do carro aberta, ela sentada dentro da mesma e a tocar guitarra e a cantar porque why not? Pensar neste tipo de coisas faz-me crer que a banalidade praticada por estas pessoas contém uma pureza necessária para lavar a cara do mundo. O miúdo está a jogar à escondidas com alguém e ainda não parou de cantar em alusão à época natalícia. Há coisas mesmo mágicas.