Man's point of view.
O pai ganhou um vale decente por ter feito a compra dos livros escolares das minhas irmãs e deu-me a oportunidade de o usar. Perfeito. São coisas de se aproveitar. Meti-me na Wook e comecei a explorar. O que aqui vale a pena dizer é que deparei-me várias vezes com este livro e decidi dar-lhe uma oportunidade e ler a sinopse. Vou ser honesta e afirmar que pensei que fosse mais do mesmo. Era a chacha do costume e ainda que eu pudesse vir a ler não estava disposta a usar um vale para isso. Mas há vezes em que é bom estarmos enganadas. O meu engano começou no achar que isto era mais do mesmo porque, de facto, não é. Eu já o li há mais de uma semana e quis partilhar a recomendação mais cedo mas descobri que isto pertence a uma saga e, então, fui ler os seguintes - pelos menos os primeiros que são com os mesmos protagonistas. Li este, li o segundo e li os quatro contos soltos que a autora fez com estes personagens. Eu adorei. Principalmente por sentir falta de algo que me prendesse com tanta força. Vamos por partes: o que temos aqui? A história do Drew e da Kate. Ele é podre de bom, ela igualmente, são ambiciosos, trabalham no mesmo lugar, muita química e provocação. Foi mais ou menos isto que apanhei da sinopse e que me fez acreditar que não ia ler nada de novo. O que a sinopse não diz é que não é um livro dedicado a badalhoquices e só por isso já ganha pontos para mim. Porque podem ser detalhados até mais não mas eu dou valor a uma história e não só a cambalhotas nos lençóis - chão, paredes, o que seja. Aqui encontram uma história, uma história que acaba por ser divertida porque: 1. é-nos contada por um personagem, na primeira pessoa; 2. é-nos contada por um personagem, na primeira pessoa, que é homem. Foi a primeira vez que li um livro contado na primeira pessoa por um homem e eu adorei. Para lá de adorar. É um livro escrito por uma mulher que fala por um homem. Aqui, ganha mais pontos. Na minha opinião, ela soube fazer bem as coisas. Meteu-se na pele de um homem e falou como ele. Portanto, floreados de menina? Não, aqui não vão encontrar. É um homem que está a falar connosco e que pensa como tal. Isso tornou o livro mais interessante. Drew mostra-nos a sua relação com Kate e como tudo começou de um interesse sexual para uma guerra - divertida - que fomentou um falso ódio por causa do trabalho para no fim se resumir aos sentimentos. Ele arrancou-me gargalhadas até mais pelas suas analogias e maneiras de pensar que acho ser próprias de homem. Emma Chase foi brilhante neste livro e deixou-me a seus pés quando usou Disney. Tipo, Disney! Nunca li um romance que referisse Disney. Fala-se de Cinderela, Pequena Sereia e até Bela e o Monstro e eu achei perfeito. Relembro, porém, que é uma história contada por um homem e, como tal, não podem esperar floreados dos contos de fadas. Mas, até isso foi divertido. A escrita é simples, leve, e o facto de ser em jeito de conversa impõe uma naturalidade que eu venero nos livros. É viciante e lê-se tão bem que tão depressa começamos como estamos a terminar. Apareceu nas lojas quinta-feira passada e ainda que eu já tivesse lido, fui comprá-lo porque, de tão fantástico que achei, bem mereceu. Na lista dos livros que já li este ano poucos são aqueles que constam com cinco estrelas mas este aqui é um deles. Os quatro contos com estes mesmos personagens também são pelo ponto de vista dele mas o segundo volume não; esse é contado por Kate e ainda que esteja giro não o achei tão bom quanto o primeiro que está super recomendado pela diferença. Tal como o Espero por ti ,que li a pensar uma coisa, este também foi uma deliciosa surpresa que marcou pela diferença. Deixou-me a seus pés por me fazer rir, por uma história assim ser contada por um homem, por ele mencionar a Ariel e a Bella como mulheres boas, pelo à-vontade evidente nas conversas com Kate, pelas menções a filmes mais do que conhecidos! Além de culinária, falar de filmes, citá-los, explorá-los, é uma das coisas que eu amo. Eu já li e reli. Vale mesmo mas mesmo a pena.
