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Miss Nothing

"I am different ... Equal to the rest of the world."

10
Mai17

Sendo peixe com pernas.

Desde que comecei a ocupar o meu tempo com uma formação percebi que o processo de nos encontrarmos no tempo não acontece uma só vez na vida - horas tardias dão, claramente, para eu entrar a abrir com filosofias -. Entendi-o enquanto bebo o meu chá e como dois bolinhos de areia porque o meu estômago recusa-se a comer muito mais a estas horas. Toda eu tenho sido um processo de ajustamento. A novidade ainda é isso mesmo: uma novidade e eu ainda a trato dessa maneira, abordando-a de diferentes formas na descoberta de qual a melhor via de a acarinhar.

A minha formação de componentes técnicas e informáticas começou há coisa de uma semana e está a ser exactamente aquilo que eu esperava. Sinto-me na minha praia, sinto-me a lidar com assuntos do meu interesse - dos quais percebo - e sinto-me mais do que bem porque é uma das poucas vezes em que não me sinto com um QI inferior à maior parte das pessoas que estão em processo de aprendizagem comigo. A formação tem feito maravilhas ao meu ego que bebe conhecimento informático e isso combate as poucas vezes em que paro, penso e tenho consciência do tempo que a formação me tira. Não é como se antes eu ficasse em casa sem mexer uma palha, todavia, é bom sair de casa e fazer alguma coisa, principalmente se essa coisa vai acabar por arranjar as costuras da minha carteira. O tempo, porém, é que é uma coisa lixada e o que eu sinto é que não o tenho para nada. Se eu acordasse mais cedo, tinha espaço de manobra para tudo o que eu quisesse: tenho perfeita noção disso. Contudo, as minhas manhãs ainda não reclamaram outra finalidade que não a de me proporcionar horas de sono. Chego tarde a casa e recuso-me a ir logo para a cama pois caso contrário a sensação que eu tenho é de que não aproveitei nada de 24 horas para mim própria e assim ainda dou em maluca. 

O horário não é pêra doce. Saio de casa a meio da tarde e regresso quase à meia-noite. Ainda que eu esteja a adorar o poço de conhecimento em que estou a mergulhar, sinto-me um bicho fora do mar por o meu novo horário não coincidir com o da maior parte das pessoas com quem me dou. Durante a semana passada vi os meus pais por pouco mais de dez minutos antes de eles se irem deitar, num dia todo, as minhas irmãs pouco mais do mesmo, com excepções caso estejam em casa na hora de almoço ou não, e esta semana, acredito: vai pelo mesmo caminho. E o descanso? Chego a casa tarde, cansada, e mesmo assim obrigo-me a ficar acordada para fazer mais qualquer coisa com o meu tempo, acordo tarde porque fico acordada até tarde e o repouso que sei que preciso continua a plantar couves. O meu sistema está avariado. Está mesmo. Ainda me estou a encontrar no meio da novidade, mas sinto que o hábito vai tratar do assunto, tal como aconteceu com a Ariel, por exemplo, quando se pôs em pé pela primeira vez e se atreveu a andar.

A situação, porém, não é assim tão dramática ao ponto de eu afirmar que estou totalmente ausente do mundo real. Eu posso chegar a casa super tarde, posso mal ver a minha família, posso me ter tornado ainda mais noctívaga, posso ainda estar a aprender a lidar com estes desencontros e sentir que o facto de estar tão ausente do mundo virtual (excepto instagram) faça com que pouco tenha para falar - até comigo mesma -, mas estou a par de novidades. Sei que o Papa vem aí e que o papamóvel já cá está e pronto para as voltinhas. Sei que os Rolling Stones vão iniciar uma nova tour pela Europa e que o Salvador Sobral ainda está na corrida da Eurovisão. Descobri hoje, por acaso, que ele participou nos Ídolos e que, afinal, eu já o conhecia como artista. É incrível: uma pessoa está sempre a aprender.

04
Out16

Quando se tem o sapato perdido...

Nestes últimos anos, após o meu aniversário, passei a gostar de fazer alusão à Cinderella e afirmar que perdi o meu sapato. Passo trezentos e sessenta e quatro dias por ano a sentir-me como ela, quase a agir como ela - sem a parte da madrasta e das meias-irmãs sem escrúpulos, invejosas e com falta de chá - que, sim, reivindico o meu aniversário como o meu dia do baile, em que eu posso agir pensando em mim e dar atenção ao que quero em primeiro plano e não o oposto, como faço no resto do ano. O meu dia do baile está para chegar. Faltam, de facto, vinte dias para eu fazer anos e eu estou entusiasmada com a ideia de receber presentes porque, quer dizer: quem não (?!); contudo, enquanto o dia não chega, eu vejo-me atirada em obrigações de Cinderella sem sapatos de cristal.

Hoje, dia quatro, o meu avô faz anos. Vai haver almoço, convívio e jantar na casa dos meus avós. Eu vou lá ficar praticamente o dia todo e...vou acordar cedo e começar o dia em cheio. Passei o serão de dia três ocupada a fazer sobremesas para levar. "Ana, faz isto", "Ana, trata tu disto": Daqui saiu um crumble de maçã e um arroz doce que eu espero que estejam bons, mas... "Ana, quero que faças isto amanhã. É para fazer de manhã", "Ana, fiz esta encomenda e é para tu ires buscar antes de ires para a casa da avó. Não é para te esqueceres". Os meus pais estão a trabalhar e as minhas irmãs estão nas aulas. Antes de ir para a casa dos meus avós é suposto preparar massa para crepes, fazer os crepes, arrumar a casa e ir buscar a encomenda da minha mãe. Tudo antes do meio-dia. Sinto mesmo a ausência do sapatinho quando acabo por fazer tudo sozinha. Ufff...

23
Jul16

Livros: o que fazem...

Ao arrumar a mesa após o almoço eu comentei com o meu pai alguns actores que dão vozes a personagens de filmes de animação. A conversa foi parar ao Inside Out e ao facto de o meu pai ainda não ter visto o filme na versão portuguesa. Ele decidiu que iria aproveitar a tarde de hoje para o fazer. Depois de mudar uma lâmpada na cozinha, refastelou-se no sofá da sala e agora está lá, com a minha mãe: ambos a verem Inside Out. Eu? No quarto. E como é isso possível? Ao ouvir a música que marca o início do filme eu comecei a sorrir e fui abancar na sala, enquanto pintava as unhas, absorvendo o que via como se fosse a primeira vez. Contudo...ontem comecei a ler um novo livro e está a ser fantástico. Está a ser tão fixe que apesar de ainda só ter lido pouco mais de 100 páginas já é difícil de largar. O filme bem chamou por mim, mas o livro...a história, os personagens...socorro! Ainda tenho 500 páginas pela frente... O calor está mesmo a queimar os meus fusíveis...optei mesmo por um livro em vez de um filme? Meu Deus! Mas eu adoro-te, Disney. Só me estou a poupar a lágrimas.

29
Abr15

Presentes.

Quando se trata de arranjar presente para a minha mãe vejo-me com um verdadeiro problema em mãos. Ainda que ela goste das típicas coisas que as mulheres gostam, consegue ser tão esquisita que só complica. Este ano o seu dia de anos é no dia da mãe. Por acaso, já tenho a sua prenda de aniversário há algum tempo, mas a prenda do dia da mãe é outra conversa.

No ano passado trocou-nos as voltas - a mim e às minhas irmãs -, comprando o mesmo vestido que nós tinhamos comprado. Ainda que eu tenha ficado frustrada por arruinar a surpresa a situação foi bem contornada e conseguimos surpreendê-la com outra coisa. Este ano ela estava mais esquisita que nunca: nada de malas, perfumes, sapatos. E nem pensar oferecer mimos estilo canecas com mensagens fofas, livros, CDs, filmes ou até mesmo aqueles brindes próprios para o dia da mãe, porque ela não gosta nada disso. Estava mesmo à rasca para lhe encontrar um presente mas a Primark ajudou-me quando lá fui. Hoje...bem, aconteceu o mesmo que no ano passado. Estragou tudo de novo. Foi à Primark do Fórum Sintra para ir ver de umas calças que queria e aproveitou e levou um casaco que estava em promoção. O mesmo casaco que lhe comprei ontem. Pois. Disse-mo quando cheguei a casa. Toda uma bola de alegria que eu amassei ao dizer-lhe "obrigada, foi a mesma coisa o ano passado", revelando-lhe que já tinha comprado e que, supostamente, deveria ser a sua prenda do dia da mãe. Mas porque raio tinha a Primark do Fórum Sintra de ter o casaco? E porque tinha ela de o comprar? O que é certo é que desta vez nem me dei ao luxo de ficar frustrada por a surpresa ter sido arruinada. Ela ficou tão ressentida por ter estragado uma surpresa por dois anos consecutivos que até começou a chorar. Tadinha. Eu deveria ter ficado pela de um vale de oferta. De qualquer forma, é um alento saber que pelo menos a prenda dos anos ela não irá arruinar...porque já não há.

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