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É oficial: já não há mais concertos/espectáculos para mim em 2014. Hoje foi o meu último. Já estou sinto vazio mas as recordações que ficam é um alento.
Fui ver o Quebra-Nozes. Ballet. Ballet russo. Curiosamente, só quando o espectáculo terminou é que fui capaz de fazer um balanço de tudo o que já tinha visto, até hoje, e percebi que foi a primeira vez que fui ver ballet ao vivo. Peças de teatro constam no meu reportório assim como musicais, concertos ao vivo e até espectáculos no gelo. Bailados? Nunca. A minha estreia foi com o Quebra-Nozes: algo que eu não gosto assim para o muito nem nada.
As minhas expectativas estavam elevadas porque desde criança que convivo com a história e sou mimada pela magia da mesma. Quando era pequena tinha uma cassete de vídeo de um bailado do quebra nozes - a minha única do tipo. Nos dias de hoje sou capaz de recordá-lo. Ainda que já não a tenha, pensar nisso faz-me sorrir; pergunto-me se foi com isso que o meu gosto pela história despertou...
O que achei daquilo que vi? Bem, quase adormeci no final da primeira parte. E não porque estivesse a ser aborrecido porque não estava a ser. Um momento de pouca iluminação apanhou-me e pimbas: boa música, descontracção, um embalo pela magia. Felizmente, um ambiente desses só se deu uma vez e a segunda parte do show foi mais colorida e ainda mais animada.
O início cativou-me pela presença de vários personagens em palco. Danças conjuntas fizeram-me as delícias durante o espectáculo inteiro e, fora a dança final da Clara e do príncipe quase no fim, sou potencialmente capaz de afirmar que exibições em grupo prenderam-me mais que as individuais. Fiquei maravilhada com o que vi e pronta para ver outros bailados. Acredito que o Lago dos Cisnes deverá ser igualmente fantástico.
Os cenários apresentados eram adoráveis e achei as roupas lindasdemorrer: tudo tão bem cuidado, brilhante, de fazer jus à delicadeza dos bailarinos que se moviam como penas e pareciam tão leves, efectuando passos com tamanha facilidade que me fizeram acreditar ser de papel e que aquilo que faziam era a coisa mais fácil do mundo. Só era capaz de dar pelo esforço que faziam quando se imobilizavam e via os seus peitos a subir e a descer em golfadas profundas de ar. Fácil? Fácil o caraças. É só de se louvar, muito mais ao quadrado, o talento destes verdadeiros artistas.
Fiquei a perceber duas coisas ao ver o Quebra-Nozes em bailado. Uma: que não fui feita para ser dançarina e muito menos talhada ballet. Não tenho tamanha delicadeza como aquela que presenciei hoje à tarde e entre a minha pele e os meus ossos tenho carne, coisa de que bailarinas do meio, evidentemente, carecem. Dois: que o melhor filme da Barbie continuará a ser o do Quebra Nozes, além de que os artistas fazem jus à boneca ao plantar um sorriso no rosto, sem desmanchar, até saírem de cena. E a Barbie faz jus a bailados de tão perfeitinhos que saem. Por isso, brilhante!
Melhor que as roupas e os cenários foi, evidentemente, a música, que eu conheço desde sempre. Ver o ballet do Quebra-Nozes ao vivo fez-me sentir ainda mais próxima da história musical. Isto é uma das coisas que mais gosto: que a história seja contada por melodia e interpretada por pessoas. Tenho de me repetir: brilhante! Então, ainda que esteja a ouvir Coldplay já tenho um canto para o grande Tchaikovsky no pc. Deverei ter o CD por aí algures, aposto.
Obrigada à Smartie por me ter dito que o espectáculo era tão perto de casa e à avó dela pelo mimo. Foi uma prenda à qual não tirei grandes fotos - porque nestes eventos é sempre difícil, a não ser que seja à socapa -, mas que foi capaz de me garantir mais um par de memórias fantabulásticas.
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