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Miss Nothing

"I am different ... Equal to the rest of the world."

14
Ago17

Pessoas.

Quantos mais dias passam em que eu ajudo pessoas mais me apercebo de como estas são estranhas. Trabalhar para uma empresa que oferece o entretenimento em parte das casas no país deixou claro, desde logo, como as pessoas são tão dependentes do serviço: ainda não me consegui habituar ao desespero de alguns em não ter televisão e internet para entreter os filhos. Horrível-horrível é perceber o Cérbero em que as pessoas se conseguem tornar. Como é que algo tão pequeno pode tornar as pessoas tão descontroladas? Como é que a privação de tv e internet as torna tão mal educadas e dispostas a passar por cima de tudo e todos para terem novamente o serviço? Às vezes fico a bater mesmo mal, fico verdadeiramente incomodada como as pessoas podem ser más e, em resposta ao meu estado, dizem-me que com o tempo vou tornar-me indiferente ao jogo que muitos fazem para ter os serviços: eu duvido porque me importo demasiado. Eu gosto de ajudar pessoas: às vezes deparo-me com gente que reconhece o esforço e isso sabe bem. Mas, em outros casos: como é que se pode ficar indiferente a alguém que nos está a insultar directamente, pensando-se superior, só porque não está a ver o programa da tarde num canal nacional? Argh. Pessoas. Até a própria palavra é estranha. Precisamos de começar a furar as palas que não nos deixam ver que há muito mais à nossa volta, é o que é.

20
Set16

Upgrade na contagem.

Quando eu comecei o ano lectivo anterior, 2015/2016, senti que o desafio que tinha pela frente era mais intenso e preocupante que todos os outros por que já tinha passado. Seria como enfrentar um touro pelos cornos, lidar com um leão numa savana, ser encurralada por um molho de agrafadores assassinos, prontos a disparar e a crucificar-me. Eu não me enganei. Quando recebi a nota do trabalho a respeito do final do meu curso fiz um post aqui na minha miss. Mencionei como foi - literalmente - uma luta extenuante, que me doeu até às tripas, que chegou a levar-me às lágrimas tamanho era o meu sufoco e frustração. Foi uma luta que acabou em bem... E ainda que um novo ano lectivo tenha começado, ainda me vejo a lidar com folhas soltas (linhas tortas) do ano que passou e é por isso que os meus dedos têm estado quietinhos. Só na quinta-feira passada voltei a respirar (novamente) fundo. E espero. Simplesmente espero: agora faço isto. Faço-o com medo porque quero ler que o exame que fiz correu bem ao ponto de eu ter, por fim, terminado o curso, como tenho medo de ler e encarar exactamente o oposto. Contudo, agarro-me facilmente à ideia de que não me saí nada mal no ano lectivo passado, tendo em conta que só tive possibilidade de ir às aulas a um mês e meio do primeiro semestre terminar. Apesar disso, consegui pôr-me a par das cadeiras e lidar, com a espada em riste, com o meu monstro: o seminário (também conhecido por: trabalho de fim do curso).

Enquanto estava em aulas, por estar na recta final, - que é como quem está a querer dizer: como quando jogamos um jogo e temos de enfrentar um super mau para encerrar aquela parte da aventura: tal e qual -, eu decidi desde cedo que se eu conseguisse fazer o trabalho final, se mo aceitassem, avaliassem e eu tivesse um bom feedback do mesmo ao ponto de marcar a cadeira como feita, eu iria fazer algo para o celebrar. O que eu queria era marcar-me com a prova de que apesar de ter caído de tantas pedras no meu caminho, apesar dos arranhões no meu coração, dos tiros na minha auto-estima, eu tinha conseguido, tinha conseguido chegar longe e superado um Bowser, surpreendendo-me a mim mesma. Queria uma marca de que tinha vencido, algo que me lembrasse que as quedas tinham doído mas eram superadas. Então, depois de deixar passar a chama do Charmander - que é como quem diz Verão -, depois de ter conseguido encontrar o tatuador na sua loja, fui lá, sexta passada, e fiz a minha quarta tatuagem, a minha primeira citação, uma referência pessoal a uma tough mission accomplished. Nem a propósito: no próximo domingo vai dar na televisão Meet the Robinsons, o filme cujo motto eu acabei por tatuar. Bendita hora em que essas palavras se cravaram no meu cérebro - Disney ♥ -. Foram o meu pensamento positivo na minha aventura com o anel para Mordor, de verdade.

21
Jun16

Almost there.

Muitas foram as vezes que me manifestei em relação ao seminário que eu tinha para fazer, o trabalho que me dava que me obrigava a olhar para praticamente mais nada além disso. Esforcei-me como tudo para o concluir: passei três meses de nariz enfiado nos livros da biblioteca e em documentos digitais, em pesquisa para definir o trabalho que tanto me assombrava sem, ao mesmo tempo, descurar de outras cadeiras que tinha para fazer e ainda tudo o resto, fora do meio académico, que tinha para fazer. Oh, há muita gente capaz de mais, que se atira em muitas mais obrigações do que aquelas que eu tinha, mas o que eu tinha em mãos era o suficiente para eu me sentir uma Super. Em pouco mais de três meses eu reduzi drasticamente as minhas horas de sono. Fui a aulas, tratei de pesquisa para o seminário, debrucei-me em trabalhos para outras cadeiras, passei fins-de-semana exaustivos, exclusivamente dedicados a limpezas, por dias em que passei pilhas de roupa por horas e à noite ainda me ia atirar a estudo, fiz filmagens e a edição de um vídeo surpresa para o aniversário do meu pai, tratei da sua festa e ainda aproveitei pequenos momentos para respirar onde fui ao cinema, concertos e passear para tirar fotografias: estes três sem dúvida o bálsamo para a minha alma.

Ontem saí com metade de um calmante no organismo porque era necessário. Apanhei o autocarro que me iria levar à estação de comboios e apanhei o comboio que me iria levar a Lisboa. Durante o caminho ouvi 30 Seconds to Mars, Muse, Kings of Leon, Coldplay e Sia para manter o meu espírito firme. Ter uma conversa sobre um trabalho já é mau para mim; quando este é a respeito do final do teu curso o pânico é ainda maior. Porque o seminário é sobre isso que se trata: um trabalho de final de curso que tem de ser exposto a professores. Isto, aliado a uma outra cadeira que ainda estou a agarrar pelos cornos, era o meu monstro pessoal. Tinha medo de não conseguir apesar do meu esforço porque, infelizmente, a quantidade de tentativas a que já me remeti neste curso já me feriu o bastante para eu, sempre que me atiro numa nova tentativa, fique com medo com que poderá vir. Passei três meses praticamente na incógnita com o prof que me estava a orientar o trabalho e três meses a ouvir críticas da prof que estava a dar o seminário. A cada semana que passava eu apresentava-lhe mais coisas, melhorava em relação à semana anterior e ela sem se mostrar capaz de me dizer uma palavra encorajadora durante todo esse tempo. Cheguei a pensar em desistir uma vez ou outra mas foram pensamentos com tão pouca intensidade que me espantei a mim mesma. Então, apesar das críticas, apesar de não me sentir encorajada, fiz a única coisa que me pareceu ser possível fazer: continuar a tentar e a tentar, agarrada às coisas que gosto para manter a cabeça fora de água enquanto o meu corpo se afundava. E eu tanto tentei que ao aproximar-me do final das aulas a prof começou por fim a elogiar o meu trabalho e a dizer-se surpreendida pela positiva. E o prof que estava a orientar o meu trabalho: esse afirmou estar impressionado e curioso quanto ao que eu iria apresentar.

Tinha dois trabalhos a entregar na mesma data e durante uns dias eu estive consumida pelo stress. O trabalho que eu estava a fazer para o seminário levou referências à Alice no País das Maravilhas, ao Inside Out, a um romance da Michelle Holman e a outro da Nora Roberts; gerou infinitos bloqueios que me levaram a vários prantos e o último foi realmente crítico ao ponto de eu precisar que alguém interferisse para me colocar a cabeça no lugar porque não estava a conseguir escrever. Contudo, consegui. Consegui acabar de escrever, entreguei o trabalho dentro da data limite e voilà: ontem fui expor o meu trabalho oralmente, nervosa como tudo, dando pouca relevância ao facto de no sábado o prof responsável pelo meu trabalho ter dito que tinha gostado muito do mesmo, dando pouca relevância ao facto de ontem, mesmo antes de eu começar a expor, o prof em questão ter dito "parabéns, já foi aprovada"; os nervos, senhoras e senhores, são lixados, tremendamente lixados.

O meu modo para lidar com este trabalho foi simples: uma vez que todos os trabalhos que fiz com prazer até então foram relacionados com coisas que me interessam e gosto, tratei de fazer isso com o seminário. Peguei no tema da identidade porque, no semestre passado, fiz um trabalho sobre moda e relacionei esse tema com a identidade e adorei. Depois limitei-me a expor-me: a usar Disney e histórias de amor para clarificar as minhas ideias sobre as perspectivas de filósofos, limitei-me a colocar um bocado de mim e a rezar que tudo, com a magia certa, desse resultado.

Ontem estive a ponto de passar mal pelo coração que me saía do peito e ontem tive uma das melhores sensações de sempre quando, após deliberarem a nota que me iriam dar, os professores me informaram que eu fiz o seminário e que o concluí com uma nota bem superior à que eu pensava que iria ter quando comecei a investir neste trabalho. Estou a começar a respirar fundo e a sentir que consigo lidar com isto. Consegui não chorar depois de saber a minha nota e que tinha ultrapassado um obstáculo tão grande que tinha à frente. Liguei para os meus pais e avisei quem me tinha oferecido o seu apoio; eles sem noção de que com isso me tinham oferecido o mundo. Fui o caminho todo para casa a sorrir e no autocarro, satisfeita e orgulhosa pelo meu esforço, respirei fundo e sorri mais: o autocarro cheirava a batatas fritas.

Sabe tão, tão bem ver o meu esforço realmente recompensado, sabe tão bem sentir que estou a duas pegadas de dinossauro de terminar o curso. Falta tão pouco...! Como disse a Tiana: "foram testes e problemas que eu não vou esquecer...subi a montanha, atravessei o rio, estou quase lá, estou quase lá, estou quase lá!"

29
Abr16

Ter pensamentos positivos é difícil.

Estou a morrer e ainda tenho de ficar acordada para tratar das reformulações do plano de trabalho para o seminário e ainda preparar o mesmo porque amanhã tenho de o apresentar. Eu odeio apresentações. Odeio. Profundamente. E já sofro por antecipação porque tenho uma vozinha a dizer-me que o meu trabalho é, só, uma porcaria. À medida que o final do semestre se aproxima eu entro mais em parafuso e vejo-me a deprimir cada vez mais em vez de me sentir mais leve e tudo porque os encontros com a prof me intimidam: em vez de me deixarem mais confiante porque faço as coisas e estas estão a avançar, sinto-me mal porque ela nunca parece satisfeita com nada.

Nunca pensei dizer isto mas se por um lado sexta-feira é o melhor dia da semana por anteceder o fim-de-semana (descanso!), também consegue ser o pior dia de todos.

17
Abr16

Simplesmente nada.

Três da manhã e o meu sábado foi um nada produtivo. Vi quatro filmes, li metade de um livro, acabei-o, li mais um bocado de outro, fiquei acordada até agora porque sim e fui para a cama ouvir Sinatra. Tenho uma data de coisas para fazer, mas acabei por reservar o meu sábado para nada porque eu sou assim: com muito para fazer busco meios que me garantam sanidade. Então: nada. Simplesmente nada. Só um descanso para o espírito. Se a minha cabeça não estivesse lotada apreciaria mais a gazeta. Quando este semestre terminar, e eu conseguir respirar sem sentir que se avizinha um breakout, até digo que é mentira.

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